Mostrando postagens com marcador pedra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pedra. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de novembro de 2022

📻# TOM JOBIM - AGUAS DE MARCO


 

Águas de Março
Tom Jobim

 
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o Sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Au, edra, im, minho
Esto, oco, ouco, inho
Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração


 
Hashtags:


#🙀,
#hashtags🙀,
📻#,
📻#♪,
📻#♪♫,
📻#♪♫ElisRegina,
📻#♪♫TomJobim,
📻#1974,
📻#1974:Elis&Tom,
📻#A,
📻#ÁguasDeMarço,
💻#,
💻#letras.mus.br,
📌,
📌NOTA,
chuva,
março,
pau,
pedra,
 
 
 
📌NOTA:
 
Águas de Março: a história da música
 
Em março de 1972, Tom Jobim passou um período em seu sítio de Poço Fundo, na região serrana do Rio de Janeiro, com o objetivo de finalizar o álbum Matita Perê — que de fato foi lançado no ano seguinte.

Ele buscava por inspiração naquele lugar que lhe proporcionou a criação de outros sucessos, como Chega de Saudade e Chovendo na Roseira.

Infelizmente, o sossego que ele tanto queria não foi possível. A propriedade estava passando por obras, em meio às chuvas daquele mês.

Entre um trabalho e outro, durante uma pausa, Tom começou a tocar uma melodia nova no violão. Eram as primeiras notas de Águas de Março. Sua mulher, Teresa, logo elogiou o som e o compositor escreveu os versos da tão conhecida letra, em um pedaço de papel de pão.

Porém, não foi só o clima e a construção que inspiraram o artista. No encarte do disco em que ela foi lançada, naquele mesmo ano, ele explicou que a sua maior inspiração foi o poema O Caçador de Esmeraldas, de Olavo Bilac.

Como estava lendo Carlos Drummond de Andrade, Mário Palmério e Guimarães Rosa para compor as músicas de Matita Perê, ele também atribui as influências de Águas de Março a esses autores.

Por fim, Tom também foi inspirado por Ponto de Macumba, gravada por JB de Carvalho, do Conjunto Tupi. Aliás, os primeiros versos das duas músicas são bem parecidos!

Uma análise de Águas de Março
Não é só o ritmo que faz a diferença em uma música inesquecível. A letra também é fundamental e, no caso das produções da bossa nova, esse é um dos fatores que contribuem para o reconhecimento dos artistas.

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o Sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matinta Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

Lembra que falamos que Tom Jobim escreveu esta canção enquanto passava um tempo no seu sítio? E que o local estava passando por obras? Pois é, a primeira estrofe representa bem essa situação — pau, pedra, caco de vidro, madeira, ribanceira.

Mas ela vai muito além da lista de materiais de construção com que o artista se deparou naquele momento. Cada um desses elementos representa várias dualidades transmitidas por toda a música.

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

Além do sentimento contraditório que nos faz querer e não querer o tempo inteiro, Tom também conseguiu demonstrar a essência da vida de cada um desses materiais ou seres que ele menciona.

Com a prevalência do verbo “ser” conjugado na terceira pessoa do singular, entramos em contato com o que cada componente citado realmente é: é o vento ventando, é a chuva chovendo…

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

Nesta estrofe, a referência à construção no sítio do artista aparece novamente. Dessa vez, com o tijolo chegando. É que Tom e a esposa estavam hospedados em uma casinha de pau a pique, chamada por eles de “Barraco nº 2”, enquanto a casa principal era construída.

Um contraste na vida do compositor, do velho com o novo, do acabado com o inacabado, que certamente também o inspiraram ao escrever esta letra. São mais algumas dualidades que nos acompanham pela vida.

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Todos esses “personagens” de Águas de Março, sejam eles naturais ou não, são demonstrados em sua simplicidade. Cada um deles com a sua função primordial, que faz com que eles sejam quem realmente são: uma cobra, um pau, João, José, um espinho na mão…

Mais um ensinamento filosófico que Tom nos transmite com a sua letra: a vida é o que ela é, as coisas são o que são. Simples e puras, como uma construção artesanal e os fenômenos da natureza.

Au, edra, im, minho
Esto, oco, ouco, inho
Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Para finalizar, com várias assonâncias, ao retirar a primeira letra de algumas palavras que compõem a música, o artista nos presenteia com mais uma reflexão profunda.

No decorrer da vida, somos marcados pela expectativa do fim, aqui representada pelo fechamento do verão.

Aos poucos, o começo se perde e o que nos resta é a promessa de uma nova vida, depois da morte. E, embora essa passagem seja óbvia, é ela que faz o ato de viver ser tão mágico!

As muitas versões de Águas de Março
Tom Jobim não foi o único que gravou Águas de Março. Seja em parceria com outros cantores, seja em interpretações de outros artistas, esse sucesso da bossa nova ganhou diversas variações.

A primeira delas foi uma gravação de Tom ao lado de Elis Regina, no CD Elis & Tom, de 1974. Também se destacam outras regravações, como a de João Gilberto, Leny Andrade, Miúcha, Nara Leão, Joyce, Danilo Caymmi e muitas outras.

Além das fronteiras nacionais, a música também chamou a atenção no exterior. Em inglês, diversas versões de Waters Of March foram lançadas, nas vozes de Art Garfunkel, Al Jarreau, Ella Fitzgerald e Dionne Warwick.

Sem falar nas bilíngues, como o caso da gravação de David Byrne e Marisa Monte.

E também existe outra em francês, Les Eaux de Mars, gravada por Georges Moustaki e Stacey Kent.

Saiba mais sobre a bossa Nova
A bossa nova é um dos principais estilos musicais brasileiros e inovou a forma de compor dos artistas nacionais.

Nomes como Tom Jobim e Vinícius de Moraes foram os precursores desse movimento, que mesclou o jazz americano com o samba carioca.



https://www.letras.mus.br/blog/aguas-de-marco-historia/



.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

PABLO NERUDA - ASPERO AMOR

 


ÁSPERO AMOR
Pablo Neruda


Áspero amor, violeta coroada de espinhos, cipoal entre tantas paixões eriçado, lança das dores, corola da colera, por que caminhos e como te dirigiste a minha alma? Por que precipitaste teu fogo doloroso, de repente, entre as folhas frias do meu caminho? Quem te ensinou os passos que até mim te levaram? que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha morada? O certo é que tremeu noite pavorosa, a aurora encheu todas as taças com teu vinho e o sol estabeleceu sua presença celeste, enquanto o cruel amor sem trégua me cercava, até que lacerando-me com espadas e espinhos abriu no coração um caminho queimante.



hashtags:

#PabloNeruda,
caminho,
coração,
flor,
morada,
pedra,

terça-feira, 14 de maio de 2019

ALCIONE - PEDRA DE RESPONSA




Pedra de Responsa
Alcione



É pedra é pedra é pedra
É pedra de responsa
mamãe eu volto pra ilha nem que seja montado na onça

Quando Fui na ilha maravilha
Fui tratado como um paxá
Me deram arroz de cuxá
Água gelada da bilha
Cozindo de jurará
Alavantu na quadrilha

É pedra é pedra é pedra
É pedra de responsa
mamãe eu volto pra ilha nem que seja montado na onça

Quando Fui na ilha maravilha
Fui tratado como um paxá
Me deram arroz de cuxá
Água gelada da bilha
Cozindo de jurará
Alavantu na quadrilha

Me levaram no boi-bumbá pra dançar
Eu dancei
Me deram catuaba pra provar
Aprovei
Me deram um cigarrim pra fumar
Menino como eu gostei

Me levaram no boi-bumbá pra dançar
Eu dancei
Me deram catuaba pra provar
Aprovei
Me deram um cigarrim pra fumar
Menino como eu gostei

É pedra é pedra é pedra
É pedra de responsa
mamãe eu volto pra ilha nem que seja montado na onça

Mamãe eu quero sucesso
Dinheiro mulher e champanhe
Mamãe teu filho merece
Vera Fischer very money

Mamãe eu quero sucesso
Dinheiro mulher e champanhe
Mamãe teu filho merece
Demi Moore more money



hashtags:

#=PORTUGUESE♥,
#♥,
#♪♥,
#♪♫,
#♪♫Alcione♥,
#♪♫ZecaBaleiro♥,
#DemiMoore,
#VeraFischer,
#►,
#►P,
#►PedraDeResponsa,
alavantu,
arroz,
Boi-bumbá,
mamãe,
money,
more,
mulher,
pedra,

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

ELIS REGINA - APRENDENDO A JOGAR



Aprendendo a Jogar
Elis Regina

Dig dig dig dig dig da cá, ah, ah
Dig dig dig dig dig da cá, ah, ah
Dig dig dig dig dig da cá, ah, ah
Dig dig dig dig dig da cá, ah, ah

Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar

Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar

Água mole em pedra dura
Mas vale que dois voando
Se eu nascesse assim... Pra lua
Não estaria trabalhando

Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar

Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar

Mas em casa de ferreiro
Quem com ferro se fere é bobo
Cria fama, deita na cama
Quero ver o berreiro na hora do lobo

Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar

Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar

Quem tem amigo cachorro
Quer sarna para se coçar
Em boca fechada não entra besouro
Macaco que muito pular quer dançar

Dig dig dig dig dig da cá, ah, ah
Dig dig dig dig dig da cá, eh, ah
Dig dig dig dig dig da cá, eh, eh
Dig dig dig dig dig da cá, eh, ah


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ADRIANA CALCANHOTTO - MAIS FELIZ


Adriana Calcanhotto -
Mais Feliz


O nosso amor não vai parar de rolar
De fugir e seguir como um rio
Como uma pedra que divide um rio
Me diga coisas bonitas

O nosso amor não vai olhar para trás
Desencantar, nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
P'ra transformar o que eu digo

Rimas fáceis, calafrios
Fure o dedo, faz um pacto comigo
Num segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz


sábado, 19 de fevereiro de 2005

PABLO NERUDA - ASPERO AMOR


ÁSPERO AMOR
Pablo Neruda


Áspero amor, violeta coroada de espinhos, cipoal entre tantas paixões eriçado, lança das dores, corola da colera, por que caminhos e como te dirigiste a minha alma? Por que precipitaste teu fogo doloroso, de repente, entre as folhas frias do meu caminho? Quem te ensinou os passos que até mim te levaram? que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha morada? O certo é que tremeu noite pavorosa, a aurora encheu todas as taças com teu vinho e o sol estabeleceu sua presença celeste, enquanto o cruel amor sem trégua me cercava, até que lacerando-me com espadas e espinhos abriu no coração um caminho queimante.



hashtags:

#PabloNeruda,
caminho,
coração,
flor,
morada,
pedra,

✌# 15 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DA FAMILIA

  15 de Maio: Dia Internacional da Família. A família é o bem mais precioso que a gente tem. ame, cuide, valorize sua família. ✌# 15 DE M...