que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
“Lágrima de preta” de António Gedeão
Imagem: “My Cup Runneth Over” de Annie Lee (1935-2014)
2 comentários:
A diferença está Só na concentração de melanina, coisa que todos os brancos e negros tem também. Ou seja, não há diferença...
Que lindíssimo! ❤️❤️❤️
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